segunda-feira, dezembro 03, 2007

Para Karoline

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tão teu é o meu desejo
que fica o gosto em minha boca
se entranha como fios dos teus cabelos
entre meus dedos
como teu cheiro
que me entorpece doce e profundo
e forte e confidente e confiante e dependente
de teus braços, tuas pernas, teus abraços
com esse buraco fundo e o desepero
de quem não quer esperar por outro dia
no vicio dos teus beijos
que me deixo e deixo
com todas as vontades me levarem
por teus caminhos
circulares e retos e linheares
e ondulados e macios
que desenho de os olhos fechados
logo em frente a mim
com detalhes que só eu conheço e vejo
como um brilho ou um tom de voz
como um espinho transpassado e indolor
e delicioso e encantador e tirano
que dói sempre que tua figura se ausenta
mesmo que por instantes
mesmo que num pensamento
como uma bala que retém a hemorragia
tu comanda minha dor, o meu tormento
por ser a chave da minha alegria
pois tirei de ti
o vermelho do meu sangue
e o calor da minha cama
e as correntes eletricas do meu pensamento
e meu oxigenio
e meu sustento
e minhas forças
e como não encontraria algo em tí que não fosse também parte de mim?
é como se a parte que completa o que me faltava
o tempo todo fosse eu mesma
que só agora conheci
quando me olhei no espelho
te imaginando
e não te vi

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terça-feira, novembro 27, 2007

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Ela parou de andar e se encostou naquele balcão de vidro cheio de digitais de desconhecidos. Entre todas as manchas e borrões um reflexo distante, meio de perfil, meio sorrindo distraido.
Todo aquele cheiro de butequim e barulho de rua e gente e musica de gosto duvidoso não combinava com reflexo e não se sabe por que ela ficou curiosa de entender o motivo daquela presença.
Curisoso que ela mesma não fazia parte daquele lugar, nem daquelas pessoas, nem daquele tempo e espaço até aquele momento também.
Finge que não vê, mas vê e observa.

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quarta-feira, novembro 14, 2007

Pexim

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Pergunto a mim mesma se posso realmente deixar abrir os braços e partir a dor, me esquecer que sofrimento faz parte a vida e que inclusive tem parte com o amor.
Cumplice meu, lamentavel, amigo oculto dos meus dias ruins, o sofrimento me tem esquecido.
E o esquecimento dele é bom pra mim.
Pergunto, por que... por que quero sempre a resposta agora! agora! já! anciosa de saber da vida.
Sofrimento, amigo velho... deu lugar pra outra coisa que a tempo nao via: saudadinha chata.
Como uma coceirinha que me aparece quando estou só.
Por que agora tudo gira leve, manso... como se tudo fosse mesmo pra ser assim

Aonde foram parar seus gritos? seus choros? suas dores? seus sonos sem sonhos? sua insonia? suas fugas? seus medos? suas respirações fortes de desejos contidos, tantas vezes à força? agora... é leve.... e manso... e bom - xi bom bom bom!
Até esqueço que sou solitaria e acredito que to be is not to be, que eu estava só. não quer dizer que eu assim seja.

ai que bom. que ruim. que tedio.
estar apaixonada eh entediante as vezes.
é desempolgante pro mundo.
nao quero sair, nao quero ficar em casa, nao consigo me consentrar, so penso nela nela nela, q não me intedia... me impolga.. me faz querer correr de casa ate a casa dela - por que o quintos dos infernos onde ela estiver: é tão legal :}
bobamente assim. assim feliz de riso facil... assim, pra tantos, detestavel. Pra ela sou só: amor.

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terça-feira, outubro 30, 2007

in the air

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Ela sente vontade de escrever, mas o ambiente a impede. O cachorro não pára de choramingar atenção, ela quer se concentrar, a menina grita na tv, seus pais olham de canto de olho o que ela tanto faz no computador.
Ela está levemente irritada com sua falta de capacidade de encontrar um segundo de paz na sua casa, mas compreeende que as casas são assim mesmo, e paz é algo que não se encontra nelas enquanto se mora com os pais. No fim das contas ela sente vontade de escrever sobre coisas que ela não sabe falar.
Coisas legais e bonitas as quais vêm incontrolavelmente e que pessoas como ela nao sabem lidar por nao serem do seu conhecimento.

São coisas que aparecem quando tudo está bem e ela sente um sensação leve que vem de dentro... que vem e toma conta de tudo ao seu redor.
Especificamente uma coisa boa que tem forma, cheiro, som e nome.
Ela não tira da cabeça que isso é magico, é infinito, pleno e doce (e pra quem vê de fora, um tanto enjoativo). Ela costumava achar coisas doces fora da realidade, mas agora é a realidade.
Há anos ela acreditava que isso era algo que não pertence ao mundo natural e que deveria ser uma fase esquizóide de sua mente perturbada.
Das duas uma: ou existe ou ela realmente tem problemas. Descobrirá segunda-feira quando for à psicóloga.
Ela lê e relê tudo que saiu até então na sua tentativa de escrever e consciente, que não era nada daquilo que ela queria dizer, desiste de continuar pois a concentração ainda não apareceu.
Feliz e (in)satisfeita com seu não-texto, porque tudo agora parece tão bom mesmo quando seu senso critico grita negando veementemente a qualidade do que foi feito, ela fecha seu raciocinio antes mesmo de começá-lo e suspira, voltando a se concentrar naqu’Ela que a faz ter tanta vontade de escrever.

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sábado, outubro 06, 2007

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Mal elogia e ela faz besteira
Foi-se embora semsinal de que volta
mas volta, nao se sabe quando
Geralmente demora demais
Por enquanto me deixa com a de sempre
Mal acompanhadaDizendo as mesmas besteiras
Que me dizia dois meses atrás

Não me ignore...
Diz o espelho

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segunda-feira, outubro 01, 2007

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por via das duvidas
nao me interessa
de onde vem de verdade
ou por que aparece
gosto da companhia
dessa que nao me fala
nao tem voz
mas é presença garantida
aos olhos dos outros
me interpreta
me apresenta como ela
e ainda fica queita me dando os louros das vitorias
e salvando das derrotas

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quarta-feira, setembro 26, 2007

segunda-feira, setembro 24, 2007

National Geografic

Dê “oi” para sua vida.

Levantei-me, como de praxe as 6:30 mas dessa vez não reclamava por ainda estar cedo. Peguei minhas coisas e fui rumo ao que seria o inicio de um ansiado final de semana. Tirando meu melhor amigo, que não pode ir por motivos ainda não esclarecidos, estava com tudo que precisava: transporte, ótima companhia e um destino. Festival de Teatro de Guaramiranga.

Ir de graça para Guaramiranga é como ganhar um ingresso para um parque temático que você adora, com direito a acompanhante, no meu caso, duas. Não sei o que esperava mas foi com certeza muito melhor que isso.

A tão conhecida cidade me aguardava com seus quintais loteados por barraquinhas coloridas dividindo espaço com gatos, coelhos, porquinhos da índia, galinhas e seus pintinhos, patos e outros bichinhos microscópicos mas que estavam lá também. A cidade e seus cachorros de rua, as senhorinhas sem dentes, seus vendedores comunicativos.

Lá é o lugar que te deixa encantado com o ar que te rodeia, o verde, o belo, a natureza. Ali é onde as novas tribos se reúnem para seus rituais de alegria e harmonia, como os antigos antes de aprenderem que civilidade é estar sempre contido (por explodir de alegrias, tristezas, raivas, tédios, ondas criativas e o pouco cuidado com a roupa que se descobrem os marginais). Infelizmente existem tipinhos nojentos entre os “marginais”, mas felizmente existem espíritos livres entre os “comuns”.

Guaramiranga não é um lugar para espíritos selados. Guaramiranga é uma dessas dimensões que se apresentam apenas para aqueles que têm a mesma vibração mágica. E sem modéstia nenhuma, eu tenho.

Existem duas Guaramirangas, a da grã-fina das narinas de cadáver, que lamenta com saudade, que àquela temperatura na Europa todos andam de camiseta e que todo mundo ali esta adorando aproveitar para usar roupa de frio e a dos que chegam por que amam aquela cidade do interior e acampam nos quintais junto com as galinhas, tomam banho gelado em banheiros mistos no quintal, metem-se nos matos e explodem e não se importam em não estar com cara de europeu (novamente: com exceções).

Guaramiranga é uma cidade que assim como todas as cidades ótimas, foi invadida por turistas que querem que a cidade se adapte a eles ao invés de curtir a cidade como ela é. Na serra, ambiente frio e inédito para um praiano fortalezense, muitas flores e ares de boemia, Guará tornou-se um “point” com status cult. A cidadela abriga além de suas belezas naturais de serra os festivais de jazz, de teatro, de vinhos e gastronomia, acho isso motivo o bastante para uma cidade tão pequena virar um ícone pop do turismo cearense.

A imagem oficial de Guaramiranga nesses festivais é sempre a mesma. Pululam nas mesinhas casacos cheios de grã-finas com narinas de cadáver e homens com baba elástica e bovina pendurada no canto da boca, todos fingindo gostar de vinho seco e entender os menus com pratos importados dos restaurantes caríssimos da praça de alimentação (sim, a cidade pequena, juntou seus restaurantes mais caros e fez uma pracinha de alimentação) estando no interior do Ceará e pensando na Europa. Chalés três vezes mais caro e o tal ar europeu. Tudo isso acontece numa área que vai da praça do teatro principal até os carros estacionados, não mais que 500 metros numa rua reta.

A policia esta lá, mas a sensação é que nem precisava. Cordão de isolamento para o transito não passar. Esse cordão de isolamento isola muito mais do que os carros, é o limite que os cidadão, com seus guias de restaurantes e medo do desconhecido respeitam e não passam. É exatamente ali que termina Guaramiranga e começa Guará. É depois da linha preta e amarela na rua que estão as mercearias baratinhas, os bêbados, os poetas e as velhinhas banguelas. Depois das linhas não é mais um estrutura para turistas. Depois da linha é a intimidade da cidade.

Chegam nos ônibus e em carrinhos 1.0, multidões de bermudas, saias indianas, dreads, barbas, violões, camisetas velhas, sorrisos sinceros e abraços de amigos. Com algumas drogas ilícitas e capacidade de ingerir altíssimo teor etílico, fazendo muito barulho esquentados pela cachaça local e pelo vinhos cearenses. Não importa comer no mesmo lugar que o pedreiro da construção ao lado. Ah, não importa pedir para uma senhorinha banguela para usar a cozinha e fazer um almoço caso leve alguma coisa para preparar.

Nessa cidade existem os dois bares mais moderninhos de qualquer cidade do interior: O Bar do Seu Odilon e o Trailer da Tieta. Diz a lenda que a Odilombra, uma cachaça preparada por Seu Odilon, tem em sua composição muito mais que apenas jaca e cana, que seria o chazinho misterioso. É muito boa, não dá ressaca, não passa mal, só 7 reais o litro e ainda tem a foto do Seu Odilon. O trailer da Tieta é um trailerzinho com sinuca na frente, de uma nativa meio louca e impossível de descrever em poucas linhas que toca trance no som do seu barzinho.

Foi além da linha amarela e preta por sinal, numa escola publica, numa peça-aula, no publico estudantes da escola que hospeda o palco e alguns poucos interessados. Um monólogo sobre o Brasil e o brasileiro, sobre quem somos nós nessa cultura perdida. Um monólogo que me deu novos conceitos humanos: grã-fina das narinas de cadáver, homem que baba uma baba elástica e bovina na gravata, o brasileiro: narciso às avessas que cospe na própria imagem. O Brasil: pais que absorve outras cultura, se entrega para que seja colonizado, que rejeita sua própria imagem e tenta fazer, o que, com muita clareza pode compreender-se a expressão: cara de rica.

Impressionada na clareza das idéias da peça, sai lembrando de Paulo Freire, a historia que o oprimido é o único que tem o poder de humanizar mas que para isso é preciso primeiro que se veja como oprimido e não ter em si a sombra de seu opressor. Vejo em Guaramiranga a cara de oprimido desse povo que tenta dizer com arte que é sim um povo, que merece ter voz e cara própria e arte própria. Arte nova, aberta, livre, provocativa e avassaladora como a energia mágica de Guará.

A cidade livre cora as faces pálidas das senhoras e senhores, além da faixa amarela e preta a policia é um susto que não faz mal. Os mais conservadores devem imaginar que toda aquela fumaça, risos, uns um pouco tontos caminhando sozinhos em direção a um acampamento, todo aquele álcool e clima dionizico uma verdadeira depravação.

Mas Guará dos livre pensadores, leva até o conforto do ar condicionado o embaraço de dois homens se beijando e falando de amor no alto de um palco. O publico estava obviamente embaraçado em muitos momentos, rindo por não saber esboçar outras reações.

Inclusive, além da qualidade técnica, as nuances que ali passaram despercebidas para olhos destreinados foram um show a parte de representação de um universo. As apresentações de dublagem é para os travestis como uma vitrine para mostra um talento interpretativo muito valorizado entre eles. A leitura do publico ainda era de esperar um Show de Humor a La Shopping Pizza na primeira apresentação, mas o conhecimento acontece gradualmente, os risos cessaram até as horas que realmente deveriam aparecer. Mas o choque de insinuação sexual e o recado final, no strip-tease às avessas de uma travesti dublando um hino das divas gay, Christina Aguilera – “I`m beautiful, no mater what they say. Words can`t bring me down. So Don`t you bring me down today.”

O desconhecido foi apresentado: faces, movimentos, corpos, emoções e historias que sacudiram com o espectador pai de família heterossexual cristão que baba uma baba elástica e bovina enquanto a vida passa. Mas em Guará não deixa que você vá e volte igual.

A mesma cidade que mostra o novo para os que se acham grandes e sábios, ensina o respeito com os outros e com a natureza para os pequeninos. Na tenda de circo azule amarela, estava fervilhante de pequenos corações empolgadíssimos com os bonequinhos que conversavam com eles do alto do palco. Infelizmente ainda não sei o que aconteceu com a bruxa, pois tive de sair da tenda antes do final do teatrinho para dar tempo de me arrumar e para tentar não ficar surda com os gritos estridentes de um garotinho sentado do meu lado.

Guaramiranga é uma cidade mágica que mexe com a vida em si. Guaramiranga é dar abraços em amigos, é ver quem você não queria e nem se importar. Guará é um ótimo lugar para fazer sexo, dar uns beijinhos sem compromisso, cantar a alegria e espalhar alegria. Se imaginou morando lá? Também faz parte do processo de conhece-la. Ir para Guaramiranga é olhar para sua Vida e falar de amor, é olhar para seu Amor e ver que ele está em sua vida. Guará é o lugar que faz um pouco de você melhorar sempre que vai lá.

Guaramiranga é a cidade de interior que os bares tocam trance e rock e reggae, recebe o forró e me faz até cair no samba. A cabeça do povo de lá é mais evoluída que a de muita gente da capital. Pelo menos os olhares de pré-julgamento são praticamente inexistentes em contraste com o incomodo notório de algumas pessoas pela presença e existência de diferentes. Talvez seja efeito de um chazinho local.

Enfim, guará é um lugar onde os encontros são inevitáveis e os desencontros aproveitáveis, nem que seja para sentir o tal friosinho da serra enrolado na sua toalha favorita ouvido do lado de fora de seu casulo amarelo todo o mundo vivo e alerta.

Qual sua Guaramiranga? A do vinho chileno ou da cachaça local? A da arquitetura européia ou dos quintais com galinhas? Quem é você? Grã-fina de narinas de cadáver de reações pré-fabricadas ou espírito livre expresso e estampado de você mesmo? Você veio pela cidade que tenta te agradar ou pela cidade que te conquistou?

Espero que Guará tenha te feito uma visita em Guaramiranga.

terça-feira, setembro 18, 2007

SURPRESAAAAA

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nada boa...
voce aparecer assim do nada
de repente.
qual teu problema, sua vaca?
nao da pra avisar q vamos se ver na rua?
assim sem querer?
assim tao de repente?
me assuta
me deixa mal
me deixa como se fosse a 2 anos atras
nao importa muito na verdade
nem doi tanto
nem doi
nem sinto nada
hahahahahaha!!!!
por que doeria afinal?
ja passou...
ja foi
ja é passado
passadissimo daqueles bem antigos e sem nenhum problema pendente
ja nao sinto nada nada nada nada
nada por vc
nada por mim
nada por ninguem
desde que vc sumiu pela primeira vez

odio odio odio mortal sublime e profundo
nao te odeio
nao te amo
so um vazio que aparece assim
de repente como vc
na rua
depois de um dia tao bom
tao legal
traao tranquilo
ae tu aparece do nada
porra
custa nao ser mais do meu universo?
custa?
tao pequeno
tao delimitado
tao dificil de chegar gnt nova
tao dificil de ser novo
tao dificil de renovar
tao fragil
tao cruel e
tao cruel
tao cruel comigo mesma
comigo como vc foi
e ainda é
fazendo essas aparições
emergenciais
qnd eu te esqueço
ae parece que vc descobre e diz pra si mesma:
"hmmm... vamos dar aquela aparecidinha so pra nao virar nada
vamos ser fantasmas
vamos apavorar o futuro de alguem com tanto medo do futuro
com tanto medo de mim"
hanram
vamo la!
13 de maio como sempre
maldito bairro que eu amo
maldita vida boemia
maldita seja vc, sua puta, que me prega peças na vida
que me faz tanto mal
me faz tanto vazio
vazio = nada
que porra
tu nunca deixa de ser algo neh??
nunca!
nunca nunca nunca?
nunca mesmo?
so um pouquinho deixe de ser vc
se muda
vai pra o rio de janeiro
sao paulo
rio grandes da vida
manaus
acre
volta pro teu interior
e sai do meu
sei la
raios que te partam e vc vire cinzas
nem precisa morrer
so sumir
mas sumir de verdade
e deixar em paz meus acasos
desdo começo que vc nunca deixou em paz
sempre sempre vc aparece so pra me perturbar
maldita maldita
me odeio por te deixar ser tao vc

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segunda-feira, setembro 17, 2007

P.I.M.P.

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Ego
Grande e gordo
Farto
Desajeitado num espirito desconhecedor de tal objeto de adoração - self ilusion -
Proteção da tênue linha de felicidade e irritabilidade
Tira de letra o longo tratado sobre auto destruição e defesa daquilo que sabe ser fragil
Pertinencias, minuncias e palavras grades sobre coisas pequenas
A realidade é oque se apresenta aos olhos dos desconhecidos
Força rapaz, mais rapido que o mundo
Aprender a se esquivar do medo de nao ser ninguem
Cresce e infla o que te faz falta
E hoje é tua companhia

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segunda-feira, setembro 10, 2007

Nunca mais nada foi o mesmo.

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fez 3 anos
mas nao toquei no assunto
é dificil nao lembrar
principallmente
quando uma parte importante de sua personalidade
veio do convivio

saudade
é algo que não sinto
é algo que nao sei exatamente como é
é algo estranho
nao dói em mim
mas nesse caso deixa triste
e assim vão os meus dias
sem falar
mas lembrando

sinto um peso
sinto um vazio
sinto muita falta
sinto muito meu amigo ;~
por nao ter estado lá

morbido não?
mas eu queria ter pelo menos estado lá
pelo menos
sera que teria mudado algo?
é culpa sua
e nao retiro sua culpa
mas foi de todos nós um pouco

engraçdo
que foi assim que aprendi
que amor é eterno mesmo
me desculpe pela negligencia dos ultimos anos
mas vc nao me deixa só nunca

vamos dançar
cantar feito loucos
rir feito crianças
brincar como crianças
crianças tristes e bebadas
que deveriam nunca desistir de crescer

"oh mama mia, mama mia
mama mia, let me go"

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segunda-feira, setembro 03, 2007

Um Samba Pra Ninguém

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Meu amor morreu
Na beira do mar
Transformei em uma rosa
Para não me apegar
Esmaguei com as maos
Cada petala e espinho
E atirei para longe
Como em um desafio

Meu amor morreu
Na beira do mar
Atirei para longe
Para não tentar buscar
E sei que vou sentir dor
Ao andar na areia
E pisar se querer
Nos restos desse amor que
Voltarem na maré cheia

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quinta-feira, agosto 16, 2007

Puta Gratuita

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ri
ri desgraça da minha
cara
me chama de esquizo
de psicho
de estranha
devo ser tudo isso e ainda burra
por dar corda pra essa conversa estupida
insignificante na minha vida
morra arrastado pelo asfalto
vamos trocar fluidos
antes desse seu cigarro
pergunta se eu acho mesmo
que vai me levar a algum lugar
claro que nao
sempre soube disso
fora sua cama
nao temos futuro

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quinta-feira, agosto 09, 2007

Me, Myself and I

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Eu sei, minha querida.
Não temos muito tempo e já estamos cansados.
Não temos muito tempo se comparados aos grandes imortais, mas temos muito mais do que precisaríamos, se comparados aos mesquinhos e medíocres para chegar as suas metas simples.
Sendo que mediocridade nos causa repulsa, mesmo as vezes, parecendo uma bênção.
Carece de cuidado nosso destino. Diferente dos que aceitam o Sol e a Chuva, nós, somos aqueles que fazem fogo para não obedecer a escuridão e dançam aos Deuses para fazer chover.
Nós, minha querida, somos indignados com a nossa falta de talento, principalmente, quando nos dizem artistas.
Nós somos os que não querem reconhecimento, queremos sim, o mérito por grandes feitos e assim ter não mais que o justo.
Somos os que não metem medo, mas não tem medo a não ser de nós mesmos. Nossas capacidades e incapacidades.
Somos aqueles, que, no que depender de nós, somos capazes de reconstruir o mundo melhor e maior, mas não temos coragem de sequer alterar a voz, por não achar-nos dignos de julgar ninguém, sendo nós mesmos tão cheios de erros.
Somos da espécie dos que tem bom-senso, dos que sabem inconscientemente que tudo é tão profundo, que parecemos idiotas por omitir nossa opinião sobre o que parece supérfluo. E parecemos mais idiotas ainda, quando tentamos explicar que nem tudo é o que parece.
Somos apaixonados pelo Belo e pela Harmonia. E desejosos de encontrar ambos em nós mesmo com tamanha ferocidade que nos destruimos procurando, mais a fundo em nossas entranhas, a raiz de nosso próprio Bem e Mal.
Só você não está, mas está só e você sabe.
Somos desses que estão sempre em companhia da solidão. Somos dessas pessoas indignas de compreensão - ou acima dela.
Não, não somos iguais, sequer parecidos, mesmo idênticos na forma e similares no conteúdo, somos tão dispares como uma sardinha enlatada e uma girafa de pelúcia.
Somos conversas incompletas, ruídos no som, fotos rasgadas, vozes desafinados na calçada, segredos, humilhações intimas, medos, desejos, vontades, tentativas e erros, somos o branco, o azul e o vermelho.
Somos tantos nós-mesmo em pouco espaço (nesse único corpo), que de tempos em tempos, não nos reconhecemos. Não controlamos nosso próprio ser.
Não mantemos a mesma aparência, roupas, cabelos, cores, costumes, hobbies, crenças, planos, visões de futuro, hábitos alimentares, rotinas e amigos (esses são os poucos bens acumulativos, mas mesmo assim, alternados de tempos em tempos).
É incontrolável como as vontades que vêm e(m) vão.
Não, querida, não se preocupe, não somos loucos. Só temos que dividir em 1 lifetime muitas vidas diferentes em um corpo só.
Se amanhã você acordar, e não for nada igual a hoje, você sabe, que a mais de uma semana vem sendo igual... Não pragueje, já estava mesmo na hora de mudar outra vez. Se você acordar o resto de sua vida igual, não sinta saudades.
Confie que esse você é agora um equilíbrio, não um pedaço.
Você está só, mas não está e você sabe.

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segunda-feira, agosto 06, 2007

segunda feira

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engraçado ou não, não tem muita diferença

Sei que hoje a sombra voltou como um dia de chuva pesado.
Olhos cansados
alma cansada
Tempo perdido?
Sei que sim...
Não consigo me divertir
Não assim
Não me divirto com meu auto-engano de que posso deixar pra depois.

Me decepciono com a velocidade que me desconcidero.

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sábado, junho 30, 2007

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Ela poderia passar horas descrevendo cada sinapse inside her head, mas prefere o silencio reconfortante de que niguem mais alé dela mesma esta dentro de sua confusão

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quinta-feira, junho 14, 2007

bom dia

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"Nada não, nada de mais" disse sem confiança nas proprias palavras enquanto olhava sua imagem decadente no espelho. Talvez se não fosse interrompida do sonho teria acordado de melhor humor.
Não suporta mais os sons ao seu redor, não quer mais nada mesmo, não intende por que precisa caordar todo dia, dia apos dia se nada se resolve. tudo parece um ciclo vicioso de fracasso atras de fracasso atras de fracasso atras de fracasso.
Fracasso é uma palavra que ela odeia.
Tirar uma nota que não fosse 10, era um fracasso.
Suas unhas que não querem crescer é um fracasso.
Sua vida, de uma maneira geral é um fracasso.
Queria tanto, tanto, que sua mãe tivesse abortado a sua missao na terra.
Seria melhor, não?
Como seria o mundo sem ela?
Seria provavelmente um lugar melhor, com um ponto de congruencia de energias negativas a menos, um humano a menos, uma pessoa menos para poluir, gastar o ar, dar dinheiro parar a industria do alcool, do cigarro, do trafico, uma pessoa a menos intupindo a internet de idéias de merda, um perfil a menos no orkut, um fotolog a menos, menos um blog.
Menos uma pessoa quebrando plantas, prendendo animais em casa achando que viver entre seres totalmente diferentes de sua especie os faz feliz. Uma pessoa a menos pra gastar agua, comida, um a menos no sistema captalista - ela é uma pessoa que pode até mesmo prever o futuro do "se"- uma pessoa a menos pra colocar mais pessoas no mundo, um desempregado a menos, uma classe média estagnada a menos, uma a menos.
Ela teve vontade de chorar nos primeiros 5 minutos do seu dia, mas resolveu deixar isso pra depois, é muito cedo pra ficar com os olhos inxados e o nariz escorrendo. Ela vai guardar pelo resto do dia uma sensação de grito na garganta, cada vez mais aumentando...
Mas o dia mal começou....

talvez ela melhore.

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segunda-feira, junho 11, 2007

Mudança de tema

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Bala na cabeça dos outros.

Bala de revolver, pistola, carabina.

Não existe mais propriedade nem pra suas ideias.

Parece que até para boas idéias o que conta é o dinheiro.

Odio e revolta

Copiaram, clonaram, plagiaram sem a menor vergonha, descaradamente.

Tudo dá errado de uma vez pra tudo ficar bem mais ou menos ao mesmo tempo.

É o caminho das pedras

As vezes cortam seus pés

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sábado, junho 09, 2007

Espero que tenha realmente um bom motivo

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Ela mal consegue andar com as proprias pernas. Se confiava numa ideia que agora vê não ter sido nada além de sua propria imaginação tentando preencher-lhe o eterno vazio de sua vida.
Claro, claro, caiu na velha e conhecida piada do destino chamada amor. Hmrum, platonico ainda por cima.
Claro claro, não é novidade, por isso ela até se consola e consegue não ficar pior do que ja está.
Inclusive, em sua mente, ela criou tantas teorias que toda uma novela com personagens complexos, fugas de situações, mentiras, fingimentos, retornos heroicos e uma dose cavalar de criancisse.
Mas não importa, nunca importou de verdade. Ela sempre soube, que como tudo na sua existecia, não iriam muito longe por ela. Independentemente disso ela se planejava para ir longe, muito longe. Agora talvez compre sua tão sonhada bicicleta ou ajeite a tatuagem da perna que esta um tanto borrada.
Agora é assim, de novo.
Azar, sorte, carta, caixa, qualquer outra porcaria que tiver tocado, só espera que queime e jogue as cinzas pros porcos. É talvez o destino mais razoavel que ela pode esperar.

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Mas muito grata pela atenção desprendida, pela voz reconfortante, pelas risadas, conversas e até pelas fotos toscas, por dar novo sentido a livros, musicas, bandas, comunidades e coisas do tipo.
Agora, vamos juntas tomar aqueles comprimidos e apagar aquelas mp3... ja não basta as musicas serem absurdamente depresivas, agora a sensação agradavel de presença se transforma na velha companheira: a ausencia proposital - e imperdoavel.

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quinta-feira, maio 31, 2007

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr >/

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Está com vontade de chorar talvez...
Algo a oprime de dentro para fora como se explodisse num caldeirão de sensações ruins de podridão de espirito e causas.
Agora falam com ela. E nem parece mais tão falso... Ela agora sabe que o problema não está nos outros, que sim, alguns, caem na seleta porcentagem de gente que gosta do que não presta.
Ela lamenta seus sonhos só pra não se sentir só, por que sabe que não passam de sonhos, ou pesadelos dependendo da parte que imagina.
Não consegue falar em primeira pessoa de seus proprios problemas, tirando de si a responsabilidade por seus erros, seus podres, sua carcaça seca e fragil não passa de uma prisão perpétua.
"Graças a Deus" ela diz "que existem remedios para depressão".

Não tem graça nenhuma viver sob a espectativa de uma angústia eterna e sufocante. Sua garganta fecha sempre que toca em certos assuntos.
Fica sem voz física por sua mente não suportar falar sobre esses certos assuntos, que lhe matam a alma toda vez que a sombra distante dos seus medos passam sobre ela.

Crês? Parece culpa ou dor, parece tristeza. Segundo sua mãe é falta de Deus. Segundo ela... não sabe o que é.

Agradece de coração as boas criticas, agradece os que lhe devotam algum tip de consideração e carinho. Agradece, mas não merece. "Muito, muito obrigada..."

Onde quer que se vire agora vê rostos felizes, dando-lhe sorrisos. E se pergunta se era ela que não via ou se ela esta vendo coisas.
Mundo dificil esse dos solitarios de coração... sendo que esses, são os que menos querem ficar só.
"and there i go jumping before the gunshot has gone out" agora ela entende.

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terça-feira, maio 15, 2007

Não não não



E ela se pergunta se essa droga nunca deia de fazer efeito.

kkkkkkkk

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oooohhh...
facas e chicotes de fogo
caiam sobre mim sua ira
suas dores
suas piores torturas
demonstrem a grande porcaria que eu sou sou sou sou sou
sou um ser inapto a sobrevivencoa
que não merece sobreviver quanto mais tirar proveito disso
não não não não
por que que diabos de alma fraca se dobra por duas letras
duas malditas letras que nem diferentes são
se juntam malditas
malditas
malditas
podres uniões silabicas, podres podres podres malditas letras e extrangerismos
que me custa acordar? por que custa tanto que ainda tenho juros a pagar?
suma, desapareça!
e se não foi você, esqueça tudo que eu falei...
não existemotivo nenhum pra tentar mecher no que foi enterrado sob um montanha de magoas e de (s) ilusões .
quero matar, mas não te quero morta, Maldita eternamente entre meus caminhos e pensamentos, desconexão da realidade com a realidade alternativa inventada e ilusoria que so na mente doentia e obcessiva de uma canceriana poderia resistir por tanto tempo mesmo depois de bombardeada com nãos e nuncas.
MALDITA É VOCÊ QUE NÃO CONSEGUE RESPIRAR TRES VEZES SEM QUE UMA SEJA RESQUICIO DE SUSPIRO
MALDITA MALDITA AMALDIÇO-O SUA VIDA PARA ESQUECER E SER ESQUECIDA
e que nunca mais, as duas malditas letras assinem sequer um "imbecil"

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Calunia

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Oh, mas que ousadia dela abrir a boca para retrucar!
Que qualidade de gentinha ela se considera para tentar difamar-me dessa maneira inescrupulosa, injusta, cruel e manipuladora?
Muito, muito facil fazer-se de vitima quando a situação só tem um lado para contar a versão.
A versão. É isso que merece esa pestilenta vagabunda. Aversão. Ora, nãogastaria minhas energias sequer para desviar-me de seu caminho, sendo totalmente indeferente e neutra a sua existencia.
E ousou mesmo falar isso?
Que baixesa de espirito! Aquela ingrata vadia, nunca vai ficar sequer com o backup das suas mp3 no meu computador. Deixe estar. Tenha o trabalho de baixar tudo de novo, eu não vou sequer ajudar você.
Venha e saia rapido, se quizer pegar qualquer coisa.
E ouse, OUSE, mais uma vez sequer, inventar e espalhar a historia de dizer que eu te amo.

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segunda-feira, maio 07, 2007

Go for the guns!


Bala na cabeça meu bem, é assim que a gente chega lá.
Go for the guns!
Agrupem os que chamas de 'seus', pegue o que puder, concentre-se, prepare-se, é assim que vai ser.
Coloque na porta de sua casa a marca dos santos, que o anjo da morte não virá te colher...
Mas eles, eles vão chegar para cortar sua cabeça e pendurar nos postes.
Eles querem chutar a barriga das gravidas e arrastar os velhos pelo chão de asfalto. Eles vão chegar para salvar o mundo dos que querem a harmonia, sem igualdade, não somos todos iguais. Não somos todos filhos do mesmo Deus e eu não sou sua irmã se você não for meu irmão primeiro.
Eu tenho total confiança nas palavras divinas e tudo mais, cresci e não me envergonho das minhas crença apesar de detestar a convivencia social de igrejas.
Eis os motivos que a unica coisa que disparo contra mim são fotos.
Malditas fotos.
Meet my world but don´t enjoy it.

Existe algum vinculo de sangue forte o suficiente pra não deixar uma alma partir?

Honrar pai e mãe, amar o proximo com a tí mesmo e a Deus sobre todas as coisas.
Não sei se faço isso. tento. Até peço pra conseguir, mas deve depender de mim e se depender de mim eu já fui pro inferno e voltei.

O fogo me atrai. Armas de fogo, queimar coisas, me queimar, ver coisas queimando, queimar meu filme. Acho que morrer queimado deve ser muito ruim.

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domingo, abril 29, 2007

i´ll wait my turn...

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Ela acredita que era preferivel não ter nascido.
Nada está em ordem. Da janela escuta um cachorro latindo, preso num espacinho muito pequeno pra qualquer ser vivo ser "guardado", escuta sua mãe cantando enquanto corta a carne para o almoço de domingo.
Ela vê seu irmão, jogado no chão sem nenhum tipo de energia emanando dele, mas ela sabe que assim como ela, estar em casa é tentar passar despercebido.
Ela se irrita com qualquer barulho, da televisão alta, da voz da mãe do cachorro em confinamento, do proprio teclado do computador a irrita.
Ela queria que um exercito de 30.000 hunos surgisse porta adentro, decepando-lhe a cabeça, fazendo parar o barulho ao seu redor.
Ela sempre se irrita com sons fora de sua propria mente.
Ela sorri no contato social caseiro, mas não é assim que deve ser.
Seus objetivos e vontades são de sair dali, de ser esquecida, de deixar a sensação de peso morto-vivo dentro de casa.
Antes ela nunca ter nascido, a vida de todos seria absolutamente melhor.
Nunca se sentiu no direito de interferir na vida de ninguém e desconhece o que é merecimento.
As suas poucas habilidades, um tanto mediocres, são ainda o que a fazer acreditar que pode fazer alguma coisa util no mundo.
Ela produz lixo, desperdiça agua, ela polui o ar, ela nao ajuda o proximo, ela não tem a menor responsabilidade.
Queria por preço em sua alma, em promoção mesmo, queria morrer mas não pode.
Não pode decepcionar mais ainda aquelas pessoas distantes.
Mais ainda...

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:~

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terça-feira, abril 24, 2007

ando me sentindo muito revolucionaria

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É preciso mais que dentes e unhas roidas pra render toda uma ideologia
É preciso mais que bom vocabulario e boa vontade para descontruir uma ideologia
É preciso mais que outro humano para ditar uma ideologia
É preciso mais que discursos para fazer um povo seguir uma ideologia
É preciso armas e força e controle para tornar em sistema o que é apenas uma ideologia
É preciso castrar movimentos, controlar vontades, ameçar fisicamente e psicologicamente todo aquele que se opor ao que controla a ideologia
É preciso que uns poucos se achem superiores a muitos para dizer o que é certo e oque é errado (disfarçados de ideologia)

É preciso o caos, a agonia em massa, o desespero, é preciso vislumbrar o fim da linha de todo um conjunto global, é preciso o abate, a luta, não existe opção pacifica pois nunca haverá unanimidade.

É preciso ideologia?

Se não me engano, estou fazendo um discurso ideologico.

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segunda-feira, abril 16, 2007

todos somem

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Atrasara-se novamente, mas dessa vez não teve tempo de seguir seu ritual. O incomodo era palpavel em sua garganta, que se contraia e a deixaria qse sem voz, se precisasse falar.
Procurou nas escadas um degrau qualquer para sentar, colocou as mãos no rosto e ali mesmo chorou. Chorou por cexatos 8 minutos e 15 segundos.
Alguns assistem de canto de olho a cena, visivelmente constrangidos com o desespero alheio em público, mesmo que contido, silencioso, apenas soluçante. Aquela forma curvada de cabelos e braços, abraçando joelhos que servem de esconderijo para um rosto com vergonha de estar vivo.
Lentamente seu nariz entope e ela precisa se levantar.
Limpa com o cato da manga da camisa os olhos, ainda encharcados.
Abre o grande ziper com chaveirinhos de pelucia e projeta-se mentalmente. Procura seus remedios, sua carteira, suas canetas, checa o celular (sem novidades, a bateria acabou mesmo), procura papeis em branco, papeis escritos, conta os papeis de bala que guardou para joar no lixo, procura algo para prender o cabelo, procura se acalmar, procura se encontrar dentro da muchila jeans que nunca reclama de ser usada para carregar e esconder todo o fardo de uma personalidade introspectiva e insegura, sendo sua unica aliada e cumplice.
Olha novamente o celular e lembra da maldita bateria, olha o braço inutilmente sem relogio.
Quer saber que horas são, quanto tempo perdeu alí, quanto tempo tem de vida, que já usou e que ainda vai usar.
Ela não se decide é como usar o tempo que ainda lhe resta.
Ah, o anoitecer.... pesado, deixando mais densa ainda a atmosfera, escurecendo, reduzindo o alcance da vista já não muito boa.
Passa as mãos pelos cabelos e levanta-se.
Nem se preocupa em olhar ao redor, pois sabe que todos a viram desabar em seu prantos. Ela sabe que no olhar de todos existe uma variação de pena, curiosidade e estranhamento. Sentiu em algumas direções que alguem ria-se dela, mas a desimportancia de terceiros é tanta que não existe sequer o incomodo desses olhares e pensamentos. Apenas não gosta de ser observada.
Coça a nuca, funga limpando os olhos novamente, joga a cabeça para tras pingando nas vias nasais algo para faze-la voltar a respirar.
Levanta-se e desce as escadas, vai para a parada de onibus pegar o onibus que sempre pega, no mesmo horario, onde o trocador, a reconhece diariamente pelo nariz vermelho.


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não some :~

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segunda-feira, abril 09, 2007

Star dust

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A gente passa vida inteira assistindo televisão. É tanta que as vezes se confunde com a realidade.
A maior parte da minha infância (exencial para construção de carater e maneira de ver a vida) foi vendo enlatado de Sessão da Tarde, Cinema em Casa e esses clichês de High School.

Mas a gente vai crescendo e se dá conta que a vida não é um filme...

°A menina feia e desajustada não vai ficar linda de repente e ter a eternidade com a pessoa mais bonita e legal que ela já conheceu.

°A menina má não se dá mal e passa a ser odiada por todos só por que ela merece.

°Os amigos leais não são eternos como na foto antes dos créditos começarem a subir.

°Não temos trilha sonora.

°Não temos um mundo em tons esverdeados nas horas sérias; tons pasteis nas horas romanticas; vermelho quando rola sexo e nem tanta luz negra, bebidas e loiras nuas na piscina nas festas.

°Não temos figurantes bonitos.

°Não temos numeros musicais com coreografias incriveis e todos em coro cantando o seu refrão, nem orquestra nem balet de apoio nem rapazes de cartola te levando nos braços descendo a grande escadaria iluminada com holofotes

°Não temos Alpha-Delta-Omega-Beta nas faculdades.

°Não temos encontros óbvios, mágicos e coincidências emocionantes em esquinas. No máximo um assalto.

°Não temos, principalmente, tanta gente interessada em nosso final feliz, como as meninas feias, inteligentes, com jeito bobo e de sonhadora dos filmes. Mesmo que você tenha achado sua vida inteira que é uma delas.

O pior talvez, seja que, além de lidar com a realidade que o nosso filme é independete, sem roteiro, feito em one-take-scene e sem elenco fixo tirando você mesmo; ele dura bem mais que 2h... tudo pra chegar no final óbvio: você SEMPRE morre no final.

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U can´t hurt me now

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Ela disse que ia se arrumar
Para sair
Para comprar novos cds de mpb
E pra valer a pena leu um livro no jantar
Ela sai de casa com pulseiras de couro
Batom e cabelo escovado
Bolsa vermelha de vinil e sua armação de oculos quadrado
E sempre anda de all star
Ela sempre anda de all star
Preto vermelho branco
Ela sempre anda pelos cantos
Sempe de cabeça baixa e de cabelo na cara
De voz rouca e pouca, um pouco louca
Ela não perde tempo
ela anda pra frente
ela te tira do caminho
ela nem gosta de gente
ela quer ser tão complexa
ela é tão responsavel
ela anda com gente sem tanta capacidade intelectual
Sempre tem espelhos
Ela acredita em liberdade de espressão, dela e só dela, pois não dá a minima pra sua opinião
ela sempre usa um colar de perolas
e sempre anda de all star.

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sábado, março 31, 2007

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Vazio de inspiração
Não adianta deixar a mão levar sozinha que não está mesmo vindo nada interessante
As vezes parece que o vazio existencial vem da falta de palavras para criar um conceito
Então, o que não é explicavel não existe?

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quinta-feira, março 29, 2007

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Procuro inexistencias
Acho desafios
Percorro o inseguro
Desvio do óbvio
Me agarro ao pessimismo
Decoro discursos que nunca vou dizer
Falo sem pensar o que não deveria
Sou chata, boçal e infantil
Ausente.
Acredito demais
Não confio em ninguém
Não sinto saudades
Morro de amores
Acerto meus erros
Quero
Nem sempre consigo
Sem muitos planos...
Meus poucos planos são grandes...
Por enquanto: vivendo
Feliz
Por enquanto...
Achando o que nunca perdi.
Perdendo o que nunca foi meu.

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Texto curtinho:

Desculpa,
Mas as vezes eu me acho muito melhor que você.
Não em alguma coisa especifica
No geral mesmo
Mais inteligente, mais bonito, mais forte,
Mais alto, mais rico, mais talentoso e muito mais simpatico e popular.
Obrigada por existir.

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quarta-feira, março 21, 2007

Condessa van deClair

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Tão linda.
Seus olhos sempre olham no fundos dos meus.
Castanhos e sinceros
Ela não tem vergonha de me beijar
Não tem vergonha de chorar
Ela não esconde que quer atenção
Que só faz o que quer
Quando quer
As vezes pede desculpa aos beijinhos
As vezes não dá bola
As vezes ela machuca, morde
Quer dormir comigo
Por toda a vida
Eu não quero, e ela, ela finge que não se importa.
Ela sabe me agradar, sabe se fazer de burra
Ela me enche o saco e morre de ciumes
Ela nunca diz nada, mas diz tudo assim mesmo.
Tornou-se dona da casa aos poucos.
Era minha e eu dela, não satisfeita
Conquistou meu pai, meu irmão, minha mãe
Transformando tudo em uma brincadeira irritante
Mas é amor e ela nos ama.
Quase como uma pessoa.

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segunda-feira, março 12, 2007

do you believe?

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"A um amor impossivel não se vira as costas.
O que se faz é dar um sorriso
Dar um abraço-de-quem-não-quer-soltar
E esperar que vá embora sem deixar saudade"

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sexta-feira, março 09, 2007

Faça oq eu digo

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Começando do começo não consigo
começando pelo meio não tem lógica
pelo fim
não sei que fim terá
então sendo assim..
melhor não começar.

Mas o começo já foi feito
o meio a gnt inventa
o fim a gnt espera
o resultado a gnt aguenta

all that junk

Me põe no colo
Me bota pra dormir
Me diz que vai ficar tudo bem
Me dá um beijo
Deseje sorte
Diz que já sentiu isso também

Me deixe só
Me deixe em paz
Em seu porto seguro
Me diz que não foi nada de mais
Que é só medo do escuro
É madrugada
E eu falando com ninguém

Me interrem hoje
Que amanhã
Quero esquecer de muitos 'alguéns'

A muito tempo seguro um choro
Com soluços de embreages
Mas só hoje senti na pele o que a sobriedade me fez
Sentindo faltas
Sentidas companhias
Com requintes de paixão

Me interrem hoje
Que o sono da morte
É a cura da solidão

Não quero amigos
Nem casamento
Pra andar sem ver o caminho
Se não me engano é o primeiro passo
Pra se desgarrar do seguro.
Me dê um abraço
Sem compromisso
Senta pra conversar

Me enterre hoje
E não me espere
Nunca mais voltar.

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quinta-feira, março 08, 2007

É isso: Parte 1

- logo ela me questiona: -

N - Sumir pra onde? porque? saca?e eu acho que esse lance de se desapegar facil deve vir com um bocado de vantagens..

C - hm-hum :/ nao tem vantagem... pq nao tem motivo. Eu sou uma pessoa com qse nenhuma motivação de vida =P E isso nao é mt saudavel nao =/

N- Mas esse é o mal do seculo.. acho que nós somos uma geraçao tao livre para pensar e questionar que de tanto fazer isso chegamos a conclusao que nao há conclusao que tudo é um eterno dorme e acorda sem nenhuma razao de ser

C - Pois é xP

N - Mas pior que isso é nem isso

C - hm..

N - Pq o contrario da vida é a morte, e a morte consegue ser ainda mais vazia que a vida, sacou?

C - Nao concordo qnd a vida se torna o vazio

N - Como nao?

C - O prenchimento é a inexistencia completa, ou seja: a morte, o facinio pela morte éexatamente essa vontade de parar. a inexistencia é o preenhimento do vazio da vida

N - Nao concordo.. pq apesar da falta de um sentido real, um objetivo, existem os prazeres passageiros.. viver sempre será mais que morrer. pq a existencia é fato apesar de parecer uma existencia vazia, ela existe e nos podemos sentir na morte, nao?

C - Mas é exatamente essa a intenção! o vazio é incomodo, a inexistencia é acolhedora, vc simplesmente não existe, não pensa, não sente, não faz diferença mais nada. é o equilibrio completo. a estaticidade, fazer parte da inercia, do nada...

N - A existencia é tudo que temos, cara.. acho que é melhor existir do que nao existir, por mais arduo que seja.. pq nao existir é simplorio.. mas é só uma opiniao claro

C- hmrum, to intendendo seu ponto de vista

N - Mas acho que vale a pena viver nem que seja pelos prazeres passageiros, sabe

C - Olha, é nisso que se segura a vida mesmo .scatterheart. os passageiros, as pequenas marcas que podemos deixar na vida dos outros. tipo, shakespeare, a sarah waters, a nicole kidman

É isso - parte 2 -

N - heuheuheueue.. a nicole kidman

C - A gretchen , a giselle budchen, o professor de literatura do colegio, eles deixaram cada um uma coisa no mundo

N - E eu vou mais alem.. bolo de chocolate

C - Cada um

N - Poder sentir o prazer de beber agua com sede

C - Eles tem ou não importancia individual para eles mesmos.... mas a influencia das ações deles

N - Sim.. isso tb

C- O prazer de beber agua com sede, é compensador... mas é compensador so pra vc. se vc bebeu a agua ou morreu de sede nao faz mt diferença no resto da humanidade MAS se vc morreu de sede e deixou uma ideologia a ser seguida, ou bebeu a agua e nao fez nada util? oq pesa mais no resultado do mundo? por isso natalia q eu façlo tantas coisas ao mesmo tempo e acabo nao fazendo nada! Eu nao quero ser um peso inutil gastador de alimento e oxigenio, uma mera pagadora de impostos, contribuinte da união e se eu viera a ficar velha, um peso no orçamento do pais

N - hauhauauhauhuaua

C - Se for pra ficar nesse plano, tenho que pelo menos fazer algo que no futuro pague meus custos


N - Eu tenho mudado minha cabeça com relaçao a isso.. sei la.. eu sempre pensei em mim como uma grande martir de alguma coisa que eu nem mesmo sei o que.. e nao admitia uma existencia mediocre, de marido, cachorro e pontos batidos no final do dia. mas sei la.. acho que o ser humano, por ser adaptavel, pode sim ser feliz sob qquer circunstancia nao é bem uma questao de onde vc esta, mas como encara as coisas
uma coisa mais de dentro pra fora, do que o contrario

C - Cara, tem isso de realizaçao pessoal se eu casasse com alguem massa e virasse dona de casa, eu acho que seria feliz, completamente dedicada a familia e a mim mesma se eu conseguir fazer metade das coisas q eu quero acho q tb ja nao vo reclmaar tanto da existencia. mas, até essepointo de equilibrio, onde vc pode parar de dizer: é nisso que ue me dedico e é nisso q eu recebo meu retorno * é aqui -> . <- * é esse caminho q é foda =/

N - humrum.. pq existem tantas possibilidades pra gente - que somos jovenzinhas - que da medo de escolher o errado

C - Não é medo do errado, é não acertar. nem é não acertar, é conseguir completar alguma coisa...

N - Sim.

C - So em dar começo meio e fim às coisas ja é mt bom. finalidades... volto às nescessidades: é nescessario viver? sim. ja que estamos vivos e tirar a propria vida é algo que realmente nao é agradavel aos proximos... então... se não é legal pros outros qnd vc morre. e nao é vital pra eles q vc esteja lá, vivona. oq é então q a gnt faz vivos?

N- Eu acho que nao se matar nao é bem uma questao de se preocupar com os outros.. é uma questao de nao desperdiçar a existencia.. as coisas que ainda vamos viver, as risadas que ainda vamos dar, pessoas que vamos conhecer..... nao é bem pena das pessoas que vao chorar nossa morte... é aproveitar a chance de viver... sera que a gente ta falando da mesma coisa?

C - É uma visão apaixonada da vida. acho que sim. só que tem um ponto pessoal que faz a diferença aqui, a teoria pura e simples, sem a parte emotiva é a mesma. a parte emotiva faz a diferença. existe a paixão pelas possibilidades. e existe o "tanto faz" acho que eu to no "tanto faz" pesado, e tu ama as possibilidades. mas tipo, eu nao tiro o merito das possibilidades e ach oinclusive q o erro ta exatamente no "tanto faz". q semre foi a resposta q eu mais odiei na vida

N - Deixa eu te perguntar uma coisa entao quando vc vai pra uma festa, tipo o infcted por exmplo.. vc acha que tanto faz? ou vc fica feliz, ainda que temporariamente? aquilo é so forma de matar o tempo?

C - Sim

N- Ou vc se sente fisicamente satisfeita e emocionada?

C - É uma forma de ocupar o nada pra fazer

N - Entao vc nunca se diverte verdadeiramente?

C - Eu nao gosto de multidões exatamente por isso nao gosto de grandes turmas por isso, a humanidade é meio futil... eu me divirto mas me divirto mt mt mt mt mt mt mais qnd nao tenho que pensar em que eu to fazendo e por que , no infected por varias vezes eu parei e nao intendia por que, tava todo mundo pra curtir mas tava todo mundo viajando pesado, drogado e tal.. e na viajem do doce eu vi as pessoas tendo comportamentos automaticos . achando que era diversão qnd na verdade era uma busca profunda de mostrar que estavam se divertindo mas, qnd vc para de pensar ... acaba de divertindo sim ... mas no fundo eh pra ocupar um vazio mt maior

N - Eu entendo exatamente oq é isso.. mas usei o infected só como exemplo ilustartivo pra algo divertido.. mas usemos um exemplo de genuina diversao, que nao o infected, pra mostrar que existem sim momentos pros quais valem a pena viver.. afinal, é melhor se divertir, pelo menos um pouco, do que nao existir e nao se divertir consequentemente ... foi confuso pra caramba ne

C - Eu intendi ;]

N - Que bom

domingo, março 04, 2007

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Perdão senhor,
Por todas as vezes que senti ódio de manhã só por acordar
Por todas as noites que quis sumir
Por todos os cortes e queimaduras nos meus pulsos braços pernas mãos
Por todos os socos na barriga e tapas na cara, murros na cabeça, portas e paredes.
Todas as chineladas e cordadas
Todas as vezes que amarrei meus braços e apertei ate marcar a corda
Por todos os remédios da casa que já quis misturar.
Por todas as balas que não me alcançaram a cabeça
Por todas as quedas que não cai
Por todos os postes e muros que já quis entrar com o carro
Pelos cacos de vidro
Pelas cabeçadas na parede
Pór todos que quis que me matassem
Pelos pequenos venenos
Pelas noites que quis fugir sem saber para onde sem saber de que
Pelo vazio
Pelas vontades de morrer
Por todas as vezes que me entreguei ao vazio
Pelos que fiz me usarem
Pelos que usei
Pelo sorriso que aprendi a ter no rosto pra não demonstrar mais nada
Que a tanto tempo uso, que não sei mais tira-lo de mim
Por usá-lo a tanto tempo que desaprendi como é ter outra expressão.

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sábado, março 03, 2007

About

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E sendo eu uma grande farsa da sobrevivência, afogo os segundos entre agonias e exaltações, onde finjo saber o que digo que sei e as vezes convenço um ou outro que meu fingimento é, naturalmente, real.
Dos rabiscos em cadernos e camisas, sem nenhuma criatividade, aos versos mal escritos de português prosaico, em tudo, das habilidades motoras aos raciocínios filosóficos, sou uma grande área vaga por onde percorrem de uma ponta a outra, somente o que me convém parecer meu.
Da família quebrada toda por pesadelos que remontam um passado muito anterior ao meu próprio nascimento, aos possíveis futuros de minha caminhada em direção ao fim da vida - que de maneiras infinitamente variadas é impossível prever – todo meu sobreviver tem sido uma farsa. Uma grande interpretação do personagem que representa Eu.
Me falta então deixar de interpretar. Má atriz que sou, com certeza não engano tantos quantos gostaria e meu publico não me jogará flores ao final da peça – talvez algumas poucas. Oh! Tanto, me falta tanto para compor esse personagem, que as paixões e hobbies , preocupações e responsabilidades são mera imitação do que o original faria, mas a falta de talento permite-me apenas chegar ao básico de todas as atividades anteriormente praticadas. As relações, que desistente não consegui fingir amor, amizade raiva. As paixões pela literatura, montagens, esculturas, bricolagem, desenhos, musica, a falsa capacidade de expressão artística de uma atriz de meia tigela, tentando ganhar a vida em outra vida, que não a própria.

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quinta-feira, fevereiro 22, 2007

troxinha

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não mais!
não mais oque?
não sei
tanto faz?
talvez.. afinal se soubesse também não pensaria mais muito a respeito
de que mesmo?
não sei, ja disse.
e por que então falar sobre algo que não sabe sequer oque?
ora, mas eu sei. apenas não quero ficar cojecturando. por isso disse: não mais.
não mais conjecturas então?
sim... vamos apenas acontecer aos poucos.

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sábado, fevereiro 10, 2007

Sou emo.. e quem não é?

Feiticeiros e Magos
Na estante cor de marfim.
Nas paredes do quarto
Fotos que olham pra mim.

Tudo aqui, não é mais seu
Tudo mais não tem lugar
E agora minha sala
Não é mais o seu estar

Levou as roupas do varal,
Guardou. Passe muito bem.
Deixou na porta a chave
E finje que não sou ninguém

Na verdade a desordem
Coloca as coisas no lugar
Quem desvira as palavras
E procura não achar

Anjos e fadas verdes
Na prateleira um espadachim
Cada um pro seu lado
E o seu lado sem mim.

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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

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A quietude é o que se conquista sabe-se lá como. Sabe-se que nela passearemos entre todos os amores que sentimos por dia, na mais fraca batida de coração; no pensamento que devaneia sozinho e que vai mais longe que a mais distante estrela quando não se tem amarrado ao seu pé a corrente que prende a uma musa de pedra fria. Quanto giraremos pelo espaço antes que desprendamos nossos corações de sentimentos mesquinhos - como os dos apaixonados, dos temerosos, dos descepcionados, dos infieis, dos sarcasticos, dos cínicos, dos humilhados, dos reclusos, dos inseguros, dos crueis, dos apaticos, dos irados, dos espaçosos, dos calorosos, dos carentes e das moças vaidosas que espalham por vaidade seus boatos, do mesmo que fez um preguiçoso forçar um coitado a fazer o seu serviço, do coitado por assim se sentir - e adiquirir o equilibrio das pedras às margens dos rios caudalosos, que ganharam a beleza e a perfeita forma de pedra redonda de rio quando trocaram a capacidade de se defender da correntesa com suas proprias forças por se moldar com a prorpia força do rio, deixando-o fazer o trabalho de acomoda-las ao longo de suas margens, sem perder sua natureza de pedra; como as costureiras velhas que conhecem o caminho da linha pela agulha, mesmo não enchergando mais nada? Quando mais nada houver que não seja o mecanicamente natural, o facilmente conduzivelo obvio simples e previsivel, seremos mais calmos de coração.
Pois os interperios da alma vem das duvidas (ou das certezas incertas) de nossos pequenos e inseguros mundinhos individuais.

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

ctrl+c ctrl+v

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- Mas se perguntou alguma vez se iria para algum lugar especifico
quando fugisse?
- Sim.
- Mesmo assim, sabendo que não irá para lugar nenhum, sem nenhuma importancia para ela?
- Sim.
- E você?
- Vou também.

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sábado, fevereiro 03, 2007

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Lata da d´agua na cabeça...
Mas quem se importa com o peso...
Esse calor que mata precisa mesmo de um refresco cada cuca quente

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Estando pensando matutando nessa escala que ultimamente tomei novamente de rtotina, nao me surpreende
que as coisas nao estao apenas em seu lugar,
estao se movendo rumo a organização
grazadeus
e a seus amigos que me levam por caminhos entre trechos perigosos
mas de boa sorte
me cobrem e me protegem
Amem.

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sexta-feira, janeiro 26, 2007

Me llaman el desaparecido

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Me dicen el desagradecido
Pero esa no es la verdad
Yo llevo en el cuerpo un dolor
Que no me deja respirar
Llevo en el cuerpo una condena
Que siempre me echa a caminar
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Finalmente entendeu!

A nuvem afinal era de lagrimas.
Ainda com as mesmas dores de cabeça
As mesmas duvidas e medos
Simplesmente resolveu deixar pra lá
E não chorar mais.

Ela sabe que não sabe de nada
Tem conciencia de sua pequenes
Mas agora é mundo precisa mudar.
Sua decisão é relaxar
Mesmo que a contra-gosto

Viu finalmente,
Que infelicidade, medo e dor existem
É só não toma-los como amigos...

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falta consciencia.

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domingo, janeiro 07, 2007

Não adianta...

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As palavras costumam sair por vontade própria.
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Ficar sem palavras significa que até elas te abandonaram...
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Hoje não tem luz
Nem sombra
Nem vento ou brisa
Nem chuva
Nem faz frio ou calor
Nem chão
Nem céu
Nem paredes para se escorar
Hoje é uma grande queda sem direção
Que parou no meio do caminho
De olhos fechados
De mãos atadas
Rodando em torno de eixos sem centros
No meio do que chamamos Nada

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Ela se afogava e em panico esticava a mão pro céu enquanto os que viam de longe apenas acenavam de volta.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Misericordia

Ela não sabe mais o que fazer
Ela se arranha por medo de se cortar
Ela se encolhe atras da porta
Ela tem vergonha de ser tão impulsiva
Ela vive os dias por mera inercia de movimento.

Andou pelo quarto, sentou-se na ponta cama com um ar vazio, abraçou o travesseiro velho e fino sem sentimento algum.
Anda com dificuldades de criar conceitos. A racionalização de sensações, pensamentos, sentimentos, ações ou reações estão absurdamente complicados.
Procura ao seu redor alguma coisa que lhe chame atenção, numa busca de achar uma linha de raciocinio - qualquer uma - para sair do transe da simploriedade.

Se não tivesse feito tudo errado no começo talvez não tivesse tido um fim. Pelo menos não um tão estúpido.
Mas ela tem o dom de levar tudo do modo mais destrutivo e pessimista e não soube ser agradecida pela atenção que recebeu. Agora ela intende que as vagabundas são sempre as mais carentes.