sábado, março 03, 2007

About

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E sendo eu uma grande farsa da sobrevivência, afogo os segundos entre agonias e exaltações, onde finjo saber o que digo que sei e as vezes convenço um ou outro que meu fingimento é, naturalmente, real.
Dos rabiscos em cadernos e camisas, sem nenhuma criatividade, aos versos mal escritos de português prosaico, em tudo, das habilidades motoras aos raciocínios filosóficos, sou uma grande área vaga por onde percorrem de uma ponta a outra, somente o que me convém parecer meu.
Da família quebrada toda por pesadelos que remontam um passado muito anterior ao meu próprio nascimento, aos possíveis futuros de minha caminhada em direção ao fim da vida - que de maneiras infinitamente variadas é impossível prever – todo meu sobreviver tem sido uma farsa. Uma grande interpretação do personagem que representa Eu.
Me falta então deixar de interpretar. Má atriz que sou, com certeza não engano tantos quantos gostaria e meu publico não me jogará flores ao final da peça – talvez algumas poucas. Oh! Tanto, me falta tanto para compor esse personagem, que as paixões e hobbies , preocupações e responsabilidades são mera imitação do que o original faria, mas a falta de talento permite-me apenas chegar ao básico de todas as atividades anteriormente praticadas. As relações, que desistente não consegui fingir amor, amizade raiva. As paixões pela literatura, montagens, esculturas, bricolagem, desenhos, musica, a falsa capacidade de expressão artística de uma atriz de meia tigela, tentando ganhar a vida em outra vida, que não a própria.

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Um comentário:

LaSo disse...

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veio ate aqui, comenta

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