quinta-feira, outubro 20, 2011

ecos

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O sorriso que veio com a lembrança partiu e deixou o que já era: lábios em repouso, suave ondulação na reta de carne macia. A lembrança passa.
E quando passa, será que teu coração dói? - Extensão do meu, mas não acredito.
Raios me partem no ritmo que o ar sai dos teus pulmões.
Choque. Frio. Um maçarico abre um rombo no meu peito.
Roubei um fio do teu cabelo, mas teu cheiro ficou nos meus olhos fechados.
Me empurra de novo. O impulso que me leva precisa ser repetido.
Te alcançar uma vez só é muito pouco.
E quando te alcanço, será que teu coração dói? - Extensão do meu, no mesmo ritmo.
Pelo menos eu sei que temos música. O tempo é curto e acelerado.
Mesmo que leve a noite toda o passo é esse:
Você. Depois eu. Depois nós. Você sai. Passo atrás.
Pego a mão... gira. um.dois.tumdum-tumdum-tumdum
Olho-e-sorris'um-dois-tumdum-tumdum-tumdum.
Mas chegou ao três e tive que ir embora.
E quando eu vou, será que teu coração dói? - Extensão do meu, já re-partido.
Esfarelado. Desconvencido. Curtido. Desenganado.
Acreditando tortamente que está certo, retro-alimenta com uma batida mais forte
Espectativa, espectador, adrenalina. Deus sabe e as pernas são francas.
Os joelhos moles. O ciúme em riste. Afiado.
Não precisa de muito para ser falado. Pra cada não que você diz escuto outros três sim.
E quando eu digo sim, será que teu coração dói? - Por que você diz não e não não tem sim.

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