sexta-feira, novembro 11, 2011

hun

...aquele som nasal que espressa uma  felicidade interna indivisivel de tão pequena.

quinta-feira, outubro 20, 2011

ecos

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O sorriso que veio com a lembrança partiu e deixou o que já era: lábios em repouso, suave ondulação na reta de carne macia. A lembrança passa.
E quando passa, será que teu coração dói? - Extensão do meu, mas não acredito.
Raios me partem no ritmo que o ar sai dos teus pulmões.
Choque. Frio. Um maçarico abre um rombo no meu peito.
Roubei um fio do teu cabelo, mas teu cheiro ficou nos meus olhos fechados.
Me empurra de novo. O impulso que me leva precisa ser repetido.
Te alcançar uma vez só é muito pouco.
E quando te alcanço, será que teu coração dói? - Extensão do meu, no mesmo ritmo.
Pelo menos eu sei que temos música. O tempo é curto e acelerado.
Mesmo que leve a noite toda o passo é esse:
Você. Depois eu. Depois nós. Você sai. Passo atrás.
Pego a mão... gira. um.dois.tumdum-tumdum-tumdum
Olho-e-sorris'um-dois-tumdum-tumdum-tumdum.
Mas chegou ao três e tive que ir embora.
E quando eu vou, será que teu coração dói? - Extensão do meu, já re-partido.
Esfarelado. Desconvencido. Curtido. Desenganado.
Acreditando tortamente que está certo, retro-alimenta com uma batida mais forte
Espectativa, espectador, adrenalina. Deus sabe e as pernas são francas.
Os joelhos moles. O ciúme em riste. Afiado.
Não precisa de muito para ser falado. Pra cada não que você diz escuto outros três sim.
E quando eu digo sim, será que teu coração dói? - Por que você diz não e não não tem sim.

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terça-feira, setembro 06, 2011

the sound of silence

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Os olhos perguntaram e mentalmente ele detalhou sua resposta.
Na vida você não precisa ser brilhante o tempo todo. É bom em alguns momentos afinal. E eles vêm, vêm e acontecem, você precisa estar preparado, claro. Mas o importante é não se deixar apagar. Manter-se aceso para muita gente já é suficientemente complicado e gratificante. É assim pra mim nesse momento, meu agora é esse. Mas ainda vou ter meus momentos de brilho, grande brilho. É isso que eu tento, brilhar, mas não preocupo em chegar ao limite da explosão. Naturalmente, quando chegar o momento estarei lá, se nunca chegar terei tido muitos momentos de luz. Toda essa analogia pra dizer que essa sua ansiedade não me atingiu - lide com isso.

A.B

quarta-feira, julho 20, 2011

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De outros tempos, outras vezes, pensei que tinha sido um erro se deixar marcar assim.
Tende paciencia pernas inquietas, olhos cansados, pesados e predadores.
Não chame de violenta uma luta se ambos saem vivos, viram afinal um acordo.
Pacto, não se sabe quem perdeu mais dentes, mas se verão sinais em quem se machucar mais.
Minha nuca se eriça com teu gosto de sangue, vivo, nos meus dedos, na minha boca.
Vejo as marcas da luta de silencios com outros sentidos.
Doces marcas roxas, olhos vivos de sangue, o cheiro detalhado que chegava com o vento, definindo dos pés a cabeça uma imagem imprecisa, porém fiel. O único som era o da respiração profunda e forte.
Fugi, alcova fria dividida com inominaveis animais, sujando onde eu nem conseguia começar a limpar.
Não, não foi um erro me marcar assim. Apesar das minhas cicatrizes serem um encaixe de instrumentos de tortura, significa que existe na tortura um lugar para mim assim como minhas marcas são a casa do inimigo.
Quando me dou um descuido de presente é lembrando das sutilezas do combate.

Afeto.verbo e substantivo.

Adolfo Bianco

sábado, junho 04, 2011

Fecha que eu abro. a-Pareceu fácil.
Mas precisamos usar força. Só assim deixa marca.
Fragil aqui, só o esquecimento que te guarda.

quarta-feira, abril 13, 2011

Faz-se sem

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Só de pensar em encontrar as pernas tremem. Graças a Deus estava errada ou não seria nada bom. Passar em frente ao lugar onde já não era mais o mesmo. Que ainda é, mas foi tão mais só seu...
Ainda bem que não é sonho ou seria uma má ideia sonhar assim. Sonhar assim sem estar acordada quer dizer que é sem querer.
Prefiro meus olhos abertos sem ver, sentindo mais do que a distancia, você.
Eu sei que a coincidência trama contra minha paciência. Vai ser, inevitável, vai ser na pior hora, da pior forma. Ideia boba, de sonhar acordada, Boa Noite pra sempre, boa sorte.

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sexta-feira, março 11, 2011

Pra mim?

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Já fiz tantos planos.
tsc...
Imbecil. Fiz tudo errado, não foi?
Perdi. Foi lá atrás... não muito longe, nem força a memória de tão fresco o tapa.
Nem todas as escolhas que fazemos são realmente nossas.
Sabemos disso muito bem.
Temos vícios que alimentamos como se virtudes.
Todos temos o direito de nos enganar abertamente, pra depois remoer e redoer.
Errei por não ter sido a influência da escolha alheia em momentos que baixei a cabeça e me fiz de vítima, por que era mais fácil. Aliás, ser vítima é pra quem não tem atitude suficiente.
Vítima da escolha dos outros sobre a minha.
Ando tentando mudar isso, mas ainda vai demorar um bocado a ser mais forte do que as outras vozes.

Só duas coisas aprendi na vida:
A primeira é que, menina, o amor não é de vidro. Dura e é duro e não é transparente.
A outra é que não vale a pena perder tempo se estressando, criando ruga na testa.
Deixarei que o caminho se pavimente com tranquilidade. É questão de tempo e tudo se apruma, sim.

Até lá ou antes, me perdoe por não ter sido eu mesma a mover meus passos (apesar de que duvido que teria sido diferente, mesmo sem acreditar em destino, em alguns assuntos não tive muita escolha).

De uma certa forma, queria que todos soubessem que o que esperam ainda vai demorar.

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terça-feira, janeiro 25, 2011

Outdoor

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Queria te ver aleatoriamente pelas ruas. Parar o carro e gritar. Pra que você mesmo virando o rosto leia cada movimento dos meus lábios. Com raiva, amor, vergonha e carinho. Você sabe o que eu ia gritar. Você é muito pior! Assim mesmo. Sem corretor. Você é muito melhor também, mas isso eu nunca admitiria.

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segunda-feira, janeiro 24, 2011

do Diário de Adolfo Bianco.


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Vem de volta. Pedi. Mantenha distância mas não vai pra muito longe. Lembro que era muito novo e fumava um free no pátio do prédio comercial, das aulas de reforço de matemática. Primeira namoradinha. Escadarias. Menina aleatória. Sem amor. Paixonite de sonhar acordado. Contei pra todo mundo. Estava feliz em ter um desejo satisfeito. Não conhecia a menina, mas segurava firme e ela gostava. Puro aprendizado de desejo, puro, mas não por isso inocente. Lembrei porque é uma sensação parecida, de que não me conheço. Mero novato entre as mulheres. Você, muitas mulheres.


Menina, menina... nem assim tão bonita. vivia estranha e semi-apaixonada. perdia tempo, perdia tempos... perdia a vida sem parar por nada. dormia tarde e acordava cedo. pensava demais. tomava café e saia andando, até apagar para o dia seguinte.



Cantavam: "Não é minha menina, mas é minha inspiração. Não é rainha nem cartomante, não é pequena, também não é grande, parece grave, mas tem tons agudos, parece carne mas seu corpo é núvem."




, e em diálogos: 


"Liz, por favor, não fuja assim. Sinto muito, mas não posso te acompanhar. Controlo essa obsessão pouco menos do que o mínimo necessário, por isso não vamos fingir que você não se incomoda..."
_.
"Impossivel. Vê, já compulsivamente não acredito em você. Fica me parecendo que preciso te criar e não é isso que eu preciso."
_.
"Continua com essa historia então, mas eu duvido! Nem fico falando só de mim, de mim e mim. Eu não converso contigo, não? Pergunto de tudo que te aconteceu?"
_.
"Passa da minha frente, filhote de satanás, cobra criada, parida de/"
_.
"Se incomoda? Agora se incomoda? Por que te xinguei? Por que/"
_.
"Não, florzinha, não to gritando, não vou te bater. Você é a mais preciosa criatura pra mim... não fica com medo de mim. Prometo que não vou mais pegar no seu pé, nem/"
_. __ _.
"Faz como quiser então, você tem razão mesmo e /"
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"Desculpa, não quero isso não... Liz, posso te deixar em casa?"

"Nesse teu espaço, ando sobrando, fazendo falta ou a indiferença já reinava antes de eu sair de ti? Que coisa estranha, Liz, que coisa estranha, você parecia se importar, pelo menos um pouquinho, só um poquinho mais..."

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