quinta-feira, maio 27, 2010

Verde

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Vamos, gatinha, para o parque, dar comida para os animais. Levar patê de presunto e pães, pros amigos, um vinho e um violão.
Leve na cesta da bicicleta alguns amores pra jogar pelo caminho e alguns olhares cúmplices pra quem nos observar, algum amigo ator pra divertir enquanto dança e canta a própria vida sob a sombra do cajueiro-mãe. Ainda bem que ele gosta de gatos e - que extranho sua ex ter vindo também - todos sorrimos da tarde que vem e mal percebida, já se foi.
Alguns cigarros e algumas sobras, umas garrafas pra reciclar, um dia que queremos sempre repetir, mas não, isso não dá.
Amanhã nos vemos de novo, sim? Espere que vou te buscar depois a aula, se quiser pode passar na minha casa e a gente vê as fotos que bati no celular.
Lembra daquela música que te escrevi? Pois é, acabei de compor a melodia e ficou mais ou menos assim:

nã nãnã... nã nãnã. nãram... nãram... ram... nã nã...
nã nãnã... nã ram ranã! ranã!
aí tem um assovio: fiiii fii fuuuu fiii fi fi fiiiiii fii fi fi fu...
ai volta: nã nãnã... nã ram ranã! ranã!
nã...

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terça-feira, maio 25, 2010

2505

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Enquanto todo o brilho era tirado de seus olhos ela dizia: não sei por onde me perdi que tomaram e me levaram, culpa de quem? só minha. tem algum sentido? talvez.
Ela andava perdida pela rotina desgraçada, bebendo aqui, parando ali, perdendo tempo nessessariamente pra se ocupar. Indesejos apareciam, desejavam e se esvaiam... vazia ela pensava: sou eu que não vejo graça?
pode ser, pode não ser. Nem tudo que é bom tem que ser bom pra você.
Mesmo com muito esforço nada brilhava em seus olhos, nem um encanto nem uma graça. Só a simplicidade de quem não faz questão alguma em ser importante e se torna a contra-gosto uma espécie de redenção.
Esperam por ela no caminho, esperando que pegue carona com o irmão, pode ser que passe perto de casa e possa ve-la, pode ser que passe longe mesmo assim. Ignorante é o destino dos que a desejam, por que dela não se vê mais que seu carcereiro particular.

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terça-feira, maio 18, 2010

é

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desgraçado
acaso que não
sei se te quero
nem tirar de lado a rota
causa do desafinado
destino de quem te
propôs o amor e recebeu
miniaturas de atenção mesmo
sendo bom  mesmo
sendo passageiro e sabendo que não
tem outra meneira
a não ser essa falta tosca de harmonia
em mesmo estando tudo
bem é engraçado e bom
quando acontece como
é bom essas coincidências

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quarta-feira, maio 12, 2010

Hehehe

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Lá longe, la em cima, lá, pequenininho...
O ponto B da vida é menos interessante.
O percurso, nunca antes querido,
É o que mais dá trabalho
E também satisfações.

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"Querida, vamos lamber ferida
Não, amor, prefiro chupar tumor.
Tumor não me seduz, prefiro um copo de pus"
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terça-feira, maio 11, 2010

Consideração.

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Praticar o domínio das paixões.

Praticar a rendição bem-vinda ao inevitável

Proclamar-se independente.

Aceitar as consequencias.

Arrepender-se de ter protelado.

Modificar.

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quarta-feira, maio 05, 2010

5/5

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E foi assim:

Ele um dia, cansado da vida, quis viver de solidão
Ela, como sempre sonhava com amor, queria mais que diversão
Ele afastou-se de tudo, dispediu-se de todos e rumou para a loja de poções
Ela suspirando, sem paciência pra sorte, rumou para a loja de poções.

Ele à direita, com um frasco quadrado escrito "veneno" e um desenho de coração partido
Ela à esquerda, com um frasco florido e um brasão escrito "l`amour"
Andavam sonhando, ambos distraidos, se esbarraram no balcão
O que era dele caiu nela e uma núvem negra roubou-lhe o ar
O que era dela caiu nele e um perfume brando o fez sentir flutuando
Eles sequer se olharam.
Ela saiu pela direita e tomou seu rumo, sem olhar pros lados nem pedir desculpas
Ele ainda tonto, abriu os olhos e sorriu sem graça, sabendo queo tempo é amigo de quem sabe amar.
Ela que queria encontrar alguém, sentiu-se feliz sozinha
Ele que queria só ficar só, já precisava de alguem pra dividir sua alegria.
Ela nunca se perguntou quem era aquele estranho que ela esbarrou
Ele tinha a sensação de ter decorado o perfume da moça desastrada
Eles se cruzaram várias vezes pelas ruas
Mas nunca se viram
Ela, voltou a querer um amor quando o efeito da solidão passou
Ele, voltou a querer ficar só, quando o amor não fez efeito

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"sometimes i add a tea spoon of sand"

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terça-feira, maio 04, 2010

Tempestade

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Corre corre corre corre...
Chove chove chove chove...
O vento é forte
Raios caem caem caem...
Trovões rasgam o céu
O teto treme treme treme...
Quem tem medo também
Folhas são arrancadas
Dos galhinhos de onde nasceram
Voam voam voam voam...
Até que, pesadas, caem na água
Que corre corre corre...

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