sábado, agosto 22, 2009

22/08/09

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Acho que tá bom, já...
I just got enought

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Garganta

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Seria portanto, naquele lugar imaginário, o único lugar onde se sente em casa?
Chega a ser perturbadora a ideia de ficar longe novamente.
E ai, vem pro fundo da piscina, menina, vem conhecer o céu azul de azuleijos.
Basta abrir os olhos, deixe-os arder no cloro, deixe-se ir junto, deite-se e respire fundo.
Não vai ser bonito te encontrarem assim.

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Querida, temos visita

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Menos do que de costume, hoje
Poderia haver dor maior que a indiferença?
Sente-se impotente diante da miséria,
Que sorridente, já avista pela janela
Indo bater-lhe a porta.

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segunda-feira, agosto 17, 2009

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Hoje aquela núvem - nossa, a quanto tempo! - volteou sua cabeça desde o acordar sem despertador.
E esse dia inteiro foi um desastre. O zipper que quebrou, o chuveiro que desligou a energia no meio do banho, o gatinho que ela tentou salvar do atropelamente q ela mesma causou, o chaveiro que caiu, o cachorro que vomitou na cama, a reunião de merda e a voz dizendo que não aguenta mais.

E ela intende, mas não acha que é querer demais não ser um poço de azar e estrupícios.

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A Rainha (TEXTO RESGATADO)

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Coberta de ouro ela está
Sentada em seu trono ela vai
Carregada por homens também
Cobertos de ouro e de sangue
Corrente na mão ela faz
Estridente barulho
E(m) alguém
Maior do que ela
É capaz
De faze-lo pequeno
Um ninguém.

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Sente o gosto das sombras
Ao ver seu cortejo chegar
A cidade se dobra por ela
Querem saudar a rainha
Conhece-la, toca-la
Tirana, mal falada
Que come, gargalha e bebe
Espancando contente as mulas
Humanas enfeitadas de carga
Sentindo que os olhos são armas
Sente a alegria forçada
Até triste, por não se importar.

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Não caminha
Usa a força do medo
Corrompida pela solidão
Cria de seu mundo-perfeito
Mutilado pelas proprias mãos
De unhas ruidas e anciosas
Sabereando a tortura com os dedos
Exagerando o que sente em silêncio
Extrapolando frieza aos demais
Que submete a si mesma
Acreditando-se perfeita

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-x-x-

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É noite. Seus pés deslilzam sobre pedras cobertas de lodo e lama.
Ela escorrega andando - ou anda escorregando - tentando alcançar a margem de lá.
Tenta encontrar um caminho mais tranquilo no meio desse rio perigoso e escuro.
Ela busca alcançar uma luzinha verde, pequenina, pisca-pisca flamejante que firula do outro lado. Mas veja, essa luz se move rápido e ela nunca consegue manter-se na mesma direção.
Alcança as vezes um ponto raso onde se abaixa e pensa em se sentar mas o frio intenso não deixa a idéia de ficar ensopada ser mais agradável que a de descancar um pouco. Mesmo depois de tantas vezes ter escorregado e levantado deixando o vento gelado secar um pouco suas roupas, molhar-se propositalmente parece uma idéia muito absurda. Mesmo assim, algumas vezes ela arrisca uma rápida abaixada pra descançar suas pernas.
Ela pensa sempre se não seria bom se a luzinha viesse até ela, só por um pouco de conforto. Mas sabe que o conforto não existe no meio do rio.
Ela sabe que pisa em falso e escorrega mais do que se movimenta.
Ela sabe que o rio é menor do que parece, o problema é a escuridão.
O problema é que a luzinha nunca fica parada, quieta, lá do outro lado, nunca fica num canto só.
O problema é que ela segue a luzinha, ao invés de procurar a margem.

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terça-feira, agosto 11, 2009

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Mesmo quem está no topo, não consegue ver o que está sob seus pés.

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Tirando por fora as coisas que via e sentia ela sentava em um cantoqualquer pra deixar os pensamentos fluirem na sua mente. Não sabe muito bem como chegar ao seu destino apesar de já te-lo feito e refeito mil vezes mentalmente.
Parece que cada dia e uma novidade e isso a incomoda pela quantidade de opções nessa categoria de livre arbítrio.
Gosta de testar, mas ja se faz hora de escolher.
Escolhe. Será tarde?
Espera que não.
BAte mais uma vez à sua porta algumas dúvidas se conseguira chegar ao seu destino, mas sente que sim, sim.. Sem dúvida, aliás, acredita saber fazer parecer fácil - é que ela não se convence.

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