Ela está sentada sentindo calor onde deveria passar uma corrente de vento.
Não está esquecendo de nada? Não não está. O Dia é que está meio morto. As vozes e as luzes se desligaram e ela se distrai com o vôo de uma mosca do outro lado da tela.
Será que as moscas sentem o cheiro do fracasso?
Gostaria de algum trabalho braçal, cansativo, relaxante. Que tirasse de seu corpo todo o acúmulo gosmento de preguiçosa paparicagem de uma vida inteira. Gosta disso.
Hoje a garganta não doeu e sente que deveria. Teme o amanhã e o ontem.
Distintos demais.
Procura procura. Criou um calo no pulso de ficar digitando de forma preguiçosa e agora tenta corrigir a postura dolorida.
Ela sabe que essa calmaria interna é o prenuncio de uma tempestade horrenda e nebulosa.
Goste ou não, ela continua a mesma. Pronta para destituir-se do trono e deixar a sombra dominar a virtude protegida em seu mundinho.
Sai e vai fumar um cigarro.
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Um comentário:
depois da calmaria é que vem a tempestade,
mas as pessoas sempre insistem no contrario.
beijos.
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