quinta-feira, agosto 28, 2014

a solidão

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Era uma vez uma Mulher que não sabia esconder muito bem o que pensava.

Uma vez ela deu aula numa escola cujos alunos tinham um TD idêntico à prova pra estudarem como revisão. Quando foi corrigir as provas, ao se deparar com notas a baixo de 3, colocou um recado aos pais e alunos, que era um absurdo, devido a revisão, uma nota daquelas, pois foi total falta de interesse dos alunos e não de capacidade. A intenção era estimular o conhecimento. Foi demitida.

Um dia ela usou formas diferentes de compensar carências, lutando para manter vivo e seguro algo maior. Incompreendida, foi chamada de traidora. A intenção era esperar os ciclos trazerem de volta os bons ventos. Foi demitida.

Um dia ela foi trabalhar numa empresa, que um colega, ao saber que ela amava os animais, mostrou um video de zoofilia e fez insinuações machistas com ela. Ela o olhou com piedade e ódio e pediu ao universo paciência - pois sabia que aquele ser humano não teve educação nenhuma pra alcançar qualquer outro assunto fora do alcance biológico - e reportou ao chefe que se aquilo se repetisse a policia seria acionada por assédio. A intenção era criar distância de um ser destrutivo. Levou nome pelas costas como encrenqueira. /  Esse mesmo chefe mentia tanto, que, cansada daquele inferno, foi à diretoria e contou os problemas de chefia do lugar. O chefe era sobrinho do dono. A intenção era melhorar o setor. Foi demitida

Um dia ela estava numa festa e viu uma amiga sendo ameaçada por um homem, foi defender a amiga, o homem sacou uma arma e botou na cara dela perguntando "tem medo agora?". Ela olhou pra namorada do rapaz, e perguntou calmamente "vai fazer isso na frente dela?". A intenção era fazer com que o agressor visse como estava sendo bobo. Ele a jogou no chão e foi embora.

Um dia, através de alguém que ela ama muito, conheceu um violador de intimidade de mulheres, que estimula entre os amigos a humilhação de todas as mulheres e adora compartilhar videos e fotos feitos sem conhecimento das mesmas, seja fazendo sexo ou chorando por amor. O importante é humilhar e desrespeitar. Ela se encheu disso e jogou na cara do infeliz um espelho do que ele fazia. Foi chamada de feminista e, como se isso fosse argumento desqualificador, o troglodita continuou sua vida. A intenção era que aquele ser sem amor, visse que tinha vergonha das próprias ações. Ela levou um carão da pessoa que ama e foi posta em desconfiança, porque não sabe, e não quer, ser cúmplice de "certos segredos" que doem na consciência.

Ela costuma se jogar de cabeça no sentimento, mas só confiar o trivial, até que a natureza do outro se mostre e ela possa qualificar a distancia ou proximidade da relação.
Ai acham que ela é distante do mundo, tem poucos amigos... mas é porque ela não acredita que "se não pode vence-los, junte-se a eles".  Avessa a isso, tem total fé no "antes só que mal acompanhada".

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segunda-feira, janeiro 21, 2013

Aleatória

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Na visão de fora, aleatória.
É o preço de não ter medo de intimidade momentanea.
Aparece, aprofunda e desliza para ir embora. Sem deixar recado já se foi.
Um dia aparece e repete, como se nunca tivesse partido.
Guarda um pouco de todo lugar e conhece um pouco de todos ao redor.
Não sabe se tem lugar pois está sempre em um lugar qualquer.

Só sabe que se encaixa em certas cicatrizes.

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quinta-feira, janeiro 10, 2013

A História

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Eu que sempre presei minha independencia, deixei a carencia me tomar a mão. E aceitei as algemas que nos fecham as pernas, para andar, para dar,  me prendi a você.

E eu que sabia que morremos sozinhos, achei que era até uma possibilidade - encontrar o amor.
Desses de filme, que duram pra sempre, do tipo velhinhos comendo pipoca na praça.

E eu ignorei minha ideologia. E eu ignorei o meu próprio querer. E eu ignorei minha poligamia. E eu me ignorei. Foquei em você.

E ele me veio com aquela cara, de estou fazendo isso pelo seu próprio bem. Estou te tirando de onde você não era nada para agora ser alguém. E eu acreditei que seria facil. Eu acreditei que era real. Eu deixei levar pela tuas palavras, tão coerentes e envolventes e me deixei ir quase sem lutar...

Para agora, chegar ao fim, conversa fiada que gosta de mim, mas não quer mais me ver sofrendo: morri duas vezes e a culpa é sua.

E você me vem com esse sorriso de "alivio final", como se eu fose um peso que você levou sem querer pelos dois ultimos anos de pau. Digo, de pau e pedra, porque pelo sexo, era só uma lembrancinha.

Preferiu ficar só, pois se arrependeu de ter escolhido como companhia, a minha.

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