quarta-feira, novembro 03, 2010

derrota

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De volta da mata encontrou-se com o coelho que o desconcertou em fuga. Olhou-o nos olhos com o mesmo desejo que tinha quando o viu pela primeira vez. - Não sei dizer não ao que eu quero, mas o que eu quero me disse não. Pelo próprio bem. E me mostrou que não sou páreo para essa batalha. Assim, por mais que eu queira, não vou te fazer mal, pois as lições das derrotas são mais doloridas que as desistências. - Sem falar nada virou-se e saiu, aguçando o faro para gravar na memória mais profunda o pouco que pode levar consigo. Sem saber que não era mais caça, o coelho continuará fugindo e o lobo poderá sempre seguir-lhe o faro até uma toca, mas não entrará, não invadirá, não tocará ou ameaçará ninguém... essa caça é viva.
Principalmente por que sabe que, captura-lo é perde-lo para sempre.

A. Bianco

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2 comentários:

noitesdependulo disse...

Desistências doem mais que derrotas acho.

LaSo disse...

não depois de várias.