Um dia acordou e chorou ao se olhar no espelho quebrado ao lado do guarda roupas.
Não conseguia intender como era tão facil ser desimportante sendo um universo completo. Por isso mesmo era maior a angustia, ao ver-se tão cheia de nada.
Desesperou-se e correu até a porta do quarto, parou sem saber as horas, fechou os olhos com fome, descobriu que dormira com as lentes de contato.
Não sabia se as feridas abertas na noite anterior sarariam antes de cumprirem sua missão...
Abria os braços sem coragem de encostar os dedos na maçaneta da porta.
Lá fora as unicas pessoas que sabiam sua importancia, mesmo sem saber nada de sua vida, andavam de comodo em comodo apressados, sem saber que uma vida se mantinha para não decepcionar mais ainda os que ali viviam.
Passou dias, meses, anos de sua vida tentando ser alguém melhor.
Nunca conseguiu ser suficientemente compreendida ou compreensivel, mas seu desespero era palpavel.
As vezes inventava mentiras para ter assunto.
As vezes se calava para não desagradar só por falar o que não deveria ser dito.
As vezes escutava tantos problemas que os absorvia aos seus proprios.
E sentia-se como se nunca tivesse tido reciprocidade das pessoas que se dedicava.
Sentou-se no chão escorada na porta com as mãos tremulas e respirou fundo.
Apesar de tudo, algumas perdas a fizeram ver como não sabemos nada sobre o coração das pessoas.
Se conseguisse atravessar mais 4 metros, uma porta e uma gaveta teria nas mãos seu destino, mas preferiu seguir com suas dores para não trazer uma maior, pois alí estavam as unicas pessoas que nunca quizera causar mal algum.
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