quarta-feira, janeiro 09, 2008

Isn't she beatiful?

.

Sim.
Toda vez que respiro agora parece sair de mim um pouco mais do mundo e entrar um pouco mais dela. Ela, que me tira aos poucos, - minto, não tira, tirar é algo que é tomado a contra gosto ou sei lá o que, parece ruim - me transforma as sensações de solidão e vazio em, ora, nela mesma.
Sabe-se que é impossível dois corpos ocuparem dois lugares ao mesmo tempo, mas quando for possivel provar, se já não é, creio que por causa d'Ela não haverá mais essa Lady Newton.
Ela vive em mim fisicamente, eu sinto nas minhas veias que o sangue que corre é dela. Sinto nas minhas mãos que da ponta de uma até a ponta da outra com todo o corpo no meio, também é tudo dela, inch by inch, through my veins, talvez além do que eu mesma conheço.
Ela provavelmente nem sequer sente que está quebrando não uma, mas duas leis da física!
a- Dois corpos não ocupam o mesmo lugar. Lei jogada fora, ou como diriam os antigos, rebolada no mato.
b- Um mesmo corpo não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Mas é ÓBVIO que pode, ou ela não estaria aqui agora, comigo, no mesmo lugar que eu, e lá, na casinha dela, deitada, provavelmente dormindo sem sequer saber que derrubou, só pela existencia, todas as regras conhecidas de sustentação do Universo.
Ela que por romantismo ou realismo me surpreende, me dá a vontade de viver só por essa via ser com ela. O melhor é que ela chegou bem na hora que eu tive vontade de viver, pela própria vida em sí, sendo isso um agravante na minha felicidade e na minha vontade de ver o proximo dia.
Quando não tenho essa vontade, geralmente é por que ela, me faz querer que o dia não termine nunca - save the moment.
Tenho tantas coisas que tenho vontade de dizer-lhe em sussurros, devagar e baixinho quando tiver com seus cabelos novamente na altura do meu nariz e seus ouvidos na altura de minha boca. Geralmente não falo tudo que queria, aprendí a evitar demonstrações intensas, mas (tive vontade de urrar agora) ela me deixa tão confortavel para minhas intensidades que minha cabeça parece não calar a boca nunca entao eu mesma me calo e deixo.
Se me arrependo de algo com ela até hoje é de não ter dito de todas as formas que já se passaram na minha cabeça o quanto eu a quero.
Te Quero.
Palavras idiotas, não valem nada, não tem valor nenhum por mais belas e bem estruturadas (não que estejam assim) não têm o valor que tem um unico batimento cardiaco meu por ela, não tem, não tem a explosão que vem de dentro que me aperta a garganta (novamente o urro contido) e a sensação que a qualquer momento todo o meu ser vai se expandir do tamanho do que eu sinto por ela - incontível num corpo de 1,65 - vai explodir e cobrir os céus e tapar o Sol e o mundo inteiro vai ver diante de sí a figura dela, pois não haveria outra forma de descrever melhor o que tenho dentro de mim se não Ela mesma.
Papo de apaixonado talvez.
So what?
Pra mim ela tem naqueles olhinhos castanhos a chave mestra da minha vida.

.

pensamento incompleto, como haveria de ser...

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Para Karoline

.

tão teu é o meu desejo
que fica o gosto em minha boca
se entranha como fios dos teus cabelos
entre meus dedos
como teu cheiro
que me entorpece doce e profundo
e forte e confidente e confiante e dependente
de teus braços, tuas pernas, teus abraços
com esse buraco fundo e o desepero
de quem não quer esperar por outro dia
no vicio dos teus beijos
que me deixo e deixo
com todas as vontades me levarem
por teus caminhos
circulares e retos e linheares
e ondulados e macios
que desenho de os olhos fechados
logo em frente a mim
com detalhes que só eu conheço e vejo
como um brilho ou um tom de voz
como um espinho transpassado e indolor
e delicioso e encantador e tirano
que dói sempre que tua figura se ausenta
mesmo que por instantes
mesmo que num pensamento
como uma bala que retém a hemorragia
tu comanda minha dor, o meu tormento
por ser a chave da minha alegria
pois tirei de ti
o vermelho do meu sangue
e o calor da minha cama
e as correntes eletricas do meu pensamento
e meu oxigenio
e meu sustento
e minhas forças
e como não encontraria algo em tí que não fosse também parte de mim?
é como se a parte que completa o que me faltava
o tempo todo fosse eu mesma
que só agora conheci
quando me olhei no espelho
te imaginando
e não te vi

.

terça-feira, novembro 27, 2007

.

Ela parou de andar e se encostou naquele balcão de vidro cheio de digitais de desconhecidos. Entre todas as manchas e borrões um reflexo distante, meio de perfil, meio sorrindo distraido.
Todo aquele cheiro de butequim e barulho de rua e gente e musica de gosto duvidoso não combinava com reflexo e não se sabe por que ela ficou curiosa de entender o motivo daquela presença.
Curisoso que ela mesma não fazia parte daquele lugar, nem daquelas pessoas, nem daquele tempo e espaço até aquele momento também.
Finge que não vê, mas vê e observa.

.